Deuteronômio 4

Deuteronômio 4

Deus está conduzindo os israelitas para a terra que lhes havia prometido (Deuteronômio 4.1). Ali este povo iria aprender a “ouvir as prescrições e as leis” que os ensinariam a viver uma vida mais humana, protótipo da vida reconciliada que Deus quer para toda a Sua criação. As instruções querem conduzir a uma parceria ativa entre Deus e Seu povo.

Se não fosse assim, não seria pedagógico, não seria humanizador, não seria reconciliador. A ação que deve levar à reconciliação deve ser, ela própria, reconciliadora, caso contrário o projeto adoece na raiz.

Se lermos com atenção a narrativa bíblica, é assim que ela vai levando, com sensibilidade e delicadeza, as questões que temos discutido. É esse movimento subterrâneo que devemos tentar enxergar, sempre de novo, na leitura dos textos bíblicos. Pois é ele que dá esperança de um sentido que integre os fragmentos espalhados pela superfície dos textos. Que aliás, exatamente nisso representam bem a realidade humana de que estes textos querem falar.

Dentro dessa realidade Deus nos deu Sua Palavra. Israel foi trazido à terra prometida, para ali aprender a ouvir esta Palavra. Disso vai depender o seu futuro. Disso vai depender o futuro da humanidade, na perspectiva da narrativa bíblica.

Deuteronômio 4 é uma longa exortação em estilo de diálogo amoroso. Mostra o cuidado de Deus para com Seu povo, e solicita ao povo que corresponda. Corresponda na forma de dar sempre mais espaço para Deus nos corações e nas mentes, e de precaver-se em relação a tudo que tenta disputar esse espaço. Chama a atenção a repetição constante de formas de um verbo que significa “guardar”, “guardar-se de” (Deuteronômio 4.6,9,15,19,23,40). Guardar Deus no coração e na vida das pessoas e do povo, guardar-se de tudo que quer ocupar indevidamente esse espaço.

Dia 155 – Ano 1