Os preparativos para o início da travessia do deserto se concluem com a confecção de trombetas de prata (Números 10.2), que serão o meio de comunicação coletiva no acampamento. Uma série de toques distintos é combinada (v.3-10), para orientar o povo em distintas ocasiões. Reuniões, início de caminhada, paradas, batalhas, festas, tudo seria sinalizado pelos toques de trombeta.
Finalmente, um ano depois da chegada ao monte Sinai, o povo está pronto para seguir viagem. “Do deserto do Sinai, os filhos de Israel se puseram a caminho” (v.12). E aí vem, com certo orgulho, a descrição daquele imponente exército em marcha organizada. As tribos são anunciadas, na ordem em que foram colocadas, e também seus comandantes. Primeiro saía o grupo chefiado por Judá, e que incluía Issacar e Zebulom (v.14-16). Aí era a vez do grupo dos levitas responsáveis pela montagem e desmontagem da Tenda (v.17). A seguir, vinha o grupo chefiado por Rúben, que incluía Simeão e Gade (v.18-20). O grupo central era o dos levitas responsáveis pela mobília da Tenda, as “coisas santas” (v.21). Atrás deles, então, seguiria o restante do povo: o grupo chefiado por Efraim, que incluía Manassés e Benjamim (v.22-24); e o grupo chefiado por Dã, e que incluía Aser e Naftali (v.25-27).
O sogro de Moisés (cf. Êxodo 18) havia deixado com eles seu filho Hobabe, a quem Moisés pede que vá junto com seu povo (v.29-32), pois seria um bom guia através do deserto.A arca vai na frente, abrindo caminho e preparando o próximo lugar de repouso (v.33). E a nuvem ia acompanhando o povo no caminho (v.34). Uma conclamação solicitava o Senhor a se fazer presente com Seu povo, em suas saídas e em suas entradas (Salmo 121).
Um belo espetáculo, sem dúvida. Mas nem sempre as coisas serão tão harmônicas e simétricas como aqui se apresentam. E no entanto, sempre é muito importante olhar o povo de Deus desde a perspectiva deste texto. Com um olhar de esperança que transfigura a realidade e assim, milagrosamente, já contribui para a sua transformação.
Dia 125 – Ano 1