Números 11

Números 11

No capítulo anterior, nos foi mostrada uma visão sublime do povo de Deus em marcha pelo deserto. Cada grupo, cada tribo, cada pessoa presente no espaço intransferivelmente seu, e respeitando os espaços dos outros. Tudo com solenidade e senso estético.

Números 11 nos faz ver que, mal se colocam a caminho, uma realidade diferente se mostra. O povo começa a se queixar amargamente, “aos ouvidos do Senhor” (11.1), que ouve e fica irado. O fogo de Sua ira provoca um incêndio no acampamento. Aí o povo vai ligeiro pedir a Moisés que faça alguma coisa. Moisés intercede junto a Deus, e o incêndio é debelado (v.2). 

Dá até para imaginar as razões das reclamações. E pode até ser que, bem objetivamente, algumas tivessem razão. O problema é deixar que pequenas coisas do cotidiano roubem a perspectiva, e transformem o olhar da esperança em olhar que não vê um palmo à frente. E assim acaba pensando que é isso aí e pronto. Lá adiante, Jesus vai contar uma história sobre tipos de chão em que a semente da esperança não consegue vingar, por causa das preocupações cotidianas que rapidamente tomam conta (cf. Marcos 4.1-20).

Na sequência, aparece o povo reclamando da comida (do maná!), e fantasiando sobre as mesas fartas que tinham no Egito (pelo jeito, tinham esquecido que lá eram escravos). Chega um ponto em que o próprio Moisés não aguenta (v.10-14). Deprimido, ele pede a Deus que, na Sua misericórdia, o deixe morrer (v.15).

Deus responde fazendo duas coisas. Primeiro, convoca 70 pessoas para ajudarem Moisés a lidar com os problemas do povo (v.16-30). Depois, faz com que o vento traga codornizes ao lugar do acampamento, para que o povo tenha carne para comer (v.31-35). As duas medidas já tinham sido anunciadas em Êxodo 16.12-13 e 18.13-26. Agora elas aparecem desde um novo ângulo.

Dia 126 – Ano 1