1 Samuel 26

1 Samuel 26

Mais uma vez os zifeus (cf. 1 Samuel 23.19) delatam Davi a Saul (26.1). Saul, que tinha chorado e ficado com remorso da última vez que havia se confrontado com Davi (cf. 24.16), não deixa de persegui-lo (e sempre está implícito que é para matar).

Numa ação habilidosa e arriscada, Davi e um de seus homens entra no acampamento de Saul de noite e leva consigo a lança de Saul e um jarro com água, que estavam ao lado dele enquanto dormia (v.12). Mais uma vez, quem acompanhava Davi interpretou como Deus entregando o inimigo nas mãos dele (v.8; cf. 24.4). Mais uma vez, Davi se recusa a tocar no ungido de Deus (26.9-11). Mais uma vez, tendo ido embora e estando a uma distância segura, Davi chama Saul e lhe mostra que poderia tê-lo matado (como Saul quer fazer com ele), mas não quis, por respeito (v.18-20). Mais uma vez, Saul se comove e se arrepende (v.21).

Dessa vez, Davi endurece com Saul (v.23-24). Mais uma vez, Saul reconhece que Davi tem razão e que ele será o rei de Israel (v.25). Dessa vez, Saul adota uma postura de reciprocidade que da última vez lhe tinha faltado. Pede a Davi que volte à terra de Israel, e promete que não voltará a lhe fazer mal (v.21). Mas 27.1-4 deixará claro mais uma vez que, com Saul, o dito num momento de emoção não devia ser levado em grande conta. 

Essa foi a última vez que Davi e Saul se encontraram. Termina, assim, uma relação tempestuosa, que ilustra bem a preocupação de Deus e de Samuel com a introdução do regime monárquico em Israel (como vimos em 1 Samuel 8).

A narrativa bíblica ressalta sempre de novo, do seu jeito, que Deus agia coerentemente com Sua escolha de Davi e Sua rejeição de Saul. Neste capítulo, por exemplo, a audácia de Davi e seu companheiro teve retaguarda num sono profundo que Deus havia feito cair sobre Saul e seus homens (1 Samuel 26.12). Impressiona sempre de novo a paciência e o carinho com que o Senhor vai fazendo Seus caminhos dentro dos nossos. Quando tem que endurecer, Ele o faz, mas sem deixar de lado a ternura!

Dia 255 – Ano 1