2 Samuel 1

2 Samuel 1

O capítulo começa com uma demarcação do tempo: “depois da morte de Saul” (2 Samuel 1.1). E conta como Davi recebeu a notícia da morte de Saul e de Jônatas (v.1-10). O relato do sobrevivente que trouxe a notícia é um pouco diferente do que o que lemos em 1 Samuel 31. Apresentando-se como aquele que pôs fim à vida de Saul (v.9-10), o rapaz provavelmente achava que seria recompensado, de alguma forma, por Davi. Afinal, Saul era o grande perseguidor de Davi.

Davi continua fiel aos seus princípios, de respeitar a unção divina (v.14 e 16). Há uma constância nos movimentos de Davi, que ajuda a entender o porquê de sua escolha para ser rei de Israel. O que não significa esconder seus lados negativos, sobre os quais o texto bíblico não se cala, como temos visto.

Na segunda parte do capítulo, temos uma lamentação de Davi por Saul e Jônatas (v.17-27). É a canção “Arco”, que foi colocada no Livro dos Justos (v.18), do qual nada mais sabemos. A letra é comovente, cheia de sensibilidade poética e de sentimento épico.

Três vezes ressoa o grito estupefato, que não quer acreditar na notícia que recebe, e que literariamente é uma das marcas das lamentações: “Como…!”, seguida pela dolorosa constatação: “Caíram os valentes!” (v.19, 25, 27). O arco de Jônatas e a espada de Saul são celebrados pela destreza com que os dois valentes os usavam nas batalhas (v.22). Jônatas e Saul, que na vida e na morte não se separaram (v.23), mais ligeiros que a águia, mais fortes que o leão. Sobre as colinas foi morta “a corça de Israel” (v.19), morreu o melhor que Israel tinha. 

“Sinto um aperto por ti, meu irmão Jônatas”, chora Davi no v.26. E assim termina essa história comovente, com final triste. A história de uma grande amizade, que supera tudo que poderia terminar com ela. A amizade de dois homens que aprenderam a, no meio dos caminhos nossos de cada dia, reconhecer e contar com os caminhos de Deus.

Dia 259 – Ano 1