Êxodo 11.1 — 12.28

Êxodo 11.1 — 12.28

O capítulo 11 começa com uma ameaça no ar. Uma última praga cairá sobre o Egito, e o faraó deixará os israelitas irem (Êxodo 11.1). Moisés manda dizer uma última palavra ao faraó (11.4-8), mas Deus já o adverte de que não será ouvido (11.9-10).

Em vez de ir direto para o relato desta última praga, a narrativa dá uma segurada. O momento é tão solene, que o povo tem que ser devidamente preparado para ele. O que vai acontecer nessa noite, no Egito, marcará para sempre a história de Israel. E, para que este acontecimento nunca seja esquecido, ele será transformado num rito a ser celebrado cada ano, nestes mesmos dias. Surge, assim, o rito do péssah (páscoa, “passagem”). O nome lembra um fato notável que se passou naquela noite. Seguindo a orientação divina, cada família sacrifica um cordeiro, para ser comido naquela noite. Com o sangue eles pintam parte da moldura das portas, o que protegeria quem estivesse dentro da casa, fazendo com que o anjo executor da última praga passasse por ela (12.13,22-23). Isso devia no futuro ser lembrado e explicado de geração a geração (12.24-27).

Há neste relato um elemento que fere a sensibilidade de pessoas com senso de humanidade. Muitos inocentes morreram naquela noite, a mando de Deus, só por serem primogênitos de egípcios. O nosso grande problema é imaginar que Deus tivesse ficado masoquisticamente feliz com isso. O texto não diz nada sobre o que se passa em Seu coração naquela noite, mas podemos perceber que é com pesar que a narrativa segue em frente. Deus não quer a morte de ninguém, menos ainda a de inocentes. O pesar do Seu coração se mostrará muito tempo depois, quando, na continuação do projeto de reconciliação em razão do qual isto tudo precisou acontecer, Ele próprio entrega à morte o Seu primogênito, para sarar as feridas da humanidade, incluindo as feridas abertas no Egito naquela noite.

Dia 65 – Ano 1