A narrativa bíblica passa rápido pela história de Isaque. O mais importante em Isaque é ter sido um elo entre Abraão e Jacó, em quem a narrativa se concentrará logo a seguir. De Isaque se contam duas histórias. A primeira ocupa todo o capítulo 26, nosso trecho de hoje. Ela mostra o cotidiano deste personagem bem humano. Mostra como também ele se mostrou fraco (como tinha sido seu pai Abraão), escondendo que sua mulher era sua mulher, expondo-a a um possível abuso (v.10). E mostra como Deus lhe foi fiel, abençoando-o, como prometido. Tanto que a vizinhança percebeu esta presença de Deus em sua vida (v.28-29).
Uma meditação sobre este papel “menos importante” de Isaque na história bíblica poderia nos ser de proveito. Bem no fundo de cada um e cada uma de nós há uma ambição de ser “importante”, “rei do pedaço”. Aprendemos que as pessoas, ou são “vitoriosas” ou são “perdedoras”. Quando começamos a levar a sério a vida com Deus, esta ambição profundamente arraigada não passa de uma hora para outra. Geralmente ela se disfarça. Às vezes, inclusive, a mensagem e a igreja ou grupo com o qual compartilhamos a fé acabam pondo mais lenha na fogueira.
A grande maioria das pessoas, contudo, está mais para Isaque do que para Abraão ou Jacó. Seu “lugar na história” é ter sido um anônimo elo na história divina. Talvez até mais do que os grandes líderes, são estas pessoas que asseguram a continuidade desta história. Que Deus nos dê a modéstia e a humildade de aceitar a bênção de ser especiais justamente por não querer ser especiais.
Dia 34 – Ano 1