Gênesis 45

Gênesis 45

O cara a cara dos irmãos vai, aos poucos, se revelando como a hora da verdade. Percebendo a sinceridade dos irmãos (mesmo que o narrador mostre como ela ainda era hesitante), José não aguenta mais. Comovido, manda todo mundo sair e se dá a conhecer aos irmãos (Gênesis 45.1).

A perspectiva desde a qual José agora conta a história, mostra que já desde a primeira vez que os irmãos tinham descido ao Egito, ele devia estar refletindo sobre o jeito de Deus dirigir a história. E isso fez com que o rancor contra os irmãos fosse diminuindo. Sem saber, eles tinham feito algo que Deus depois pôde transformar em bênção, apesar de tudo. “Não foram vocês … e sim Deus” (Gênesis 45.8). 

Em nenhum momento José justifica seus irmãos. Eles próprios haviam admitido que não tinham como se justificar (Gênesis 44.16). Duas vezes ele se refere a eles o terem vendido (45.4-5). Mas a meditação sobre os caminhos de Deus em nossos caminhos alargou suas perspectivas, e o convenceu de que “Deus me enviou adiante de vocês” (45.5,7,8). Agora ele tem certeza de que foi “Deus que me pôs” ali (45.8,9).

E assim Deus pôde usar as habilidades e o instinto de sobrevivência de José para assegurar a sobrevivência de toda a sua família. Foi “para preservar a vida” (v.5,7) que tudo isso aconteceu. Em tempos de um certo desprezo à vida (dos outros, pelo menos!) são importantes textos bíblicos como este. Não matar um ser humano é o mais básico dos mandamentos (Gênesis 9.6; Êxodo 20.13). Preservar a vida é o lado positivo deste mandamento. É um valor em si, que não necessita de mais justificativas. Preservar a vida leva, nesse contexto, a preservar a família que deve mediar a bênção divina a toda a humanidade.

Dia 51 – Ano 1