Isaías 51.4-5

Isaías 51.4-5

Ouçam-me com atenção, meu povo! O que Deus tem a dizer sempre é importante, o mais importante. Quando Ele fala assim, precisamos ter atenção redobrada. 

Porque de Mim sai a Instrução, 
o meu Direito se torna luz para os povos.
Perto está a minha Justiça,
está chegando a minha Salvação.
Meus braços julgam os povos.
Por Mim esperam as terras distantes,
esperam pelo Meu braço.

A Instrução sai de Sião (Is 2.2-3), não porque Sião seria especial por si própria. É porque a Instrução sai de Mim. De Deus ela passa a Sião, e de Sião a “todos os povos”. Nela os povos aprendem o Direito divino. Não um conjunto de leis ou um código legal. Esse Direito é luz que faz ver tudo na perspectiva dos princípios sobre os quais se fundamenta a criação toda.

É à luz desse Direito que os povos são julgados. Quem julga aqui são os braços “multitarefas” de Deus. Eles sabem punir, como temos visto. E sabem agraciar, como também temos visto. As terras distantes, os povos mais longínquos, esperam pela ação do braço divino. Esperam em Deus, mesmo talvez não o conhecendo direito.

Quando Deus, através da Instrução, tornar o Direito luz para os povos, o resultado será uma combinação de duas coisas: Justiça e Salvação. Os textos bíblicos têm uma grande propensão a vê-las juntas (elas vêm juntas de novo em 51.6 e 51.8). Mesmo assim, nós temos uma estranha propensão a não juntá-las. Podemos tranquilamente falar de “salvação” sem sequer pensar em justiça. Se não bastasse a percepção inadequada de salvação que daí resulta, criamos ainda um segundo problema. Podemos tranquilamente falar em “justiça”, sem sequer pensar em salvação. E aí justiça pode vir a se tornar punitiva, justiceira. 

Às vezes, para nos socorrer na nossa teimosia conceitual (que talvez reflita algo mais profundo), apelamos para uma falsa espiritualização. E entendemos justiça como “justificação”, que, acrescentamos logo, vem “pela fé”. Assim como a salvação. Salvação que, ao aceitar o convívio com injustiças que deixamos de perceber como tais, acaba correndo o risco de se tornar pouco mais que uma crença ou uma ideologia. Perto está a minha Justiça, está chegando a minha Salvação. Que ela alcance também nossas percepções inadequadas.

Dia 118 – Ano 2