Josué 20 — 21

Josué 20 — 21

A tribo dos levitas, como temos visto, não foi incluída entre as demais, na divisão da terra. Ela fora dedicada ao serviço religioso. “O Senhor, o Deus de Israel, é a sua herança” (Josué 13.33). Mas também eles tinham que ter onde morar. Assim, cada tribo deu algumas cidades, dentre as que havia recebido. Ao todo, foram “quarenta e oito cidades com seus arredores” (Josué 21.41).

Dentre as cidades destinadas aos levitas, seis eram especiais. Eram as “cidades de refúgio”, onde poderia se abrigar a pessoa que tivesse matado outra pessoa involuntariamente. Este é o tema de Josué 20. Elas eram estrategicamente distribuídas por todo o país, para que sempre houvesse uma a uma distância que permitisse a fuga para lá, antes de ser alcançado pelo “vingador do sangue” (20.9).

Com Josué 21, termina a partilha da terra de Canaã entre os israelitas. Deus havia cumprido a Sua parte: havia “dado a Israel toda a terra que havia jurado dar aos seus antepassados” (21.43). E os israelitas haviam feito a sua parte: eles “a conquistaram e nela habitaram”. De novo, aqui, o olhar da esperança predomina sobre o da realidade: “nenhum de seus inimigos pôde impedi-los” (21.44).

Em retrospectiva, os israelitas podiam dizer com convicção: “Nenhuma palavra caiu por terra, de todas as palavras boas que o Senhor havia dito aos israelitas. Todas se cumpriram” (21.45). Passagens da Bíblia como essa sempre tiveram no povo de Deus um duplo efeito. Por um lado, alimentam a confiança e a esperança. Por outro lado, podem ser um espinho na carne, quando a pessoa passa por crises ou quando enfrenta as tragédias da vida.

Talvez estas boas palavras só se deixem dizer plenamente em retrospectiva. No tempo presente, muitas vezes elas têm que ser ditas com esperança contra a realidade, crendo sem ver, que “tudo se cumprirá” (Mateus 5.18). Há uma passagem (1 João 3.19-21) que fala da relação entre o coração e a confiança de um jeito inusitado. Se o coração acompanha, ótimo. Se não acompanha, a confiança se agarra no fato de que “Deus é maior que o nosso coração”.

Dia 202 – Ano 1