Josué 23

Josué 23

O Livro de Josué vai se encaminhando para o seu final. O capítulo 23 apresenta Josué de um jeito que lembra Jacó (em Gênesis 49) e Moisés (em Deuteronômio 33). As suas palavras finais vêm em duas etapas. Primeiro aos líderes (capítulo 23) e depois ao povo todo (capítulo 24).

Aos líderes (23.2), Josué começa lembrando que eles tinham visto o quanto Deus pode e quer fazer pelo seu povo (v.3). Os v.4 e 5 mostram que a conquista ainda está longe de ser concluída, e encoraja os israelitas a perseverarem nisso. Josué já viveu o suficiente para ver onde está o decisivo: “Esforcem-se para guardar e pôr em prática tudo que está escrito no livro da Instrução” (v.6). Dessa Instrução, de sua intenção profunda, eles não deviam se desviar, nem para um lado nem para o outro.

O primeiro segredo era “se apegar ao Senhor” (v.8). O verbo daváq, “se apegar a”, inclui um elemento subjetivo, afetivo, que é o enfatizado pela palavra portuguesa. Mas a palavra hebraica acentua especialmente um elemento mais objetivo, de ficar junto, ficar bem perto, não largar. Ela expressa bem a profundidade da espiritualidade bíblica.

Um segundo elemento importante está no v.11: “ponham guarda atenta sobre a sua alma, para amarem o Senhor”. A alma engloba as energias profundas que movem toda a existência, a mente, as emoções, a força de vontade que gera atitudes. Amor tem sempre um forte componente de sinceridade e espontaneidade. Por outro lado, o amor também precisa ser vigiado. É como se um eu profundo, colado a Deus, cuidasse amorosamente do eu pessoal da superfície.

Um terceiro aspecto importante dessa fala de Josué está no v.14. Ali ele junta coisas que nós não costumamos juntar. “Vocês sabem com todo o seu coração e com toda a sua alma” que nenhuma das boas palavras e promessas de Deus caiu por terra. Aqui o conhecimento relacionado à Palavra de Deus é atrelado ao coração e a alma, tanto ao centro pessoal como à energia vital, à mente e aos sentimentos.

Dia 204 – Ano 1