Importante não é só que Deus age nesse mundo e na nossa vida, seja de formas extraordinárias ou no cotidiano. Importante também é que o agir de Deus seja sempre lembrado. Os israelitas estavam aprendendo, aos poucos, a se relacionar com um Deus diferente de outros. Ele fazia questão de não ter, em lugar algum, uma imagem, seja grandes imagens em templos ou santuários, seja pequenas estatuetas que as famílias costumavam ter em casa e diante das quais ou para as quais faziam as suas preces.
Deus não queria ser visto, queria ser lembrado nas histórias que o povo devia contar e cantar de geração em geração. As histórias de como Ele guiou Seu povo com carinho e cuidou dele.
Josué 4 fala de que a história daquela travessia miraculosa do Jordão, que lemos no capítulo anterior, devia ser sempre de novo contada às gerações futuras, para que também elas pudessem aprender a confiar neste Deus e dele esperar ajuda. Todo o capítulo 4 se movimenta entre a experiência da geração presente e a rememoração dessa experiência nas gerações futuras.
Deus não quer ser visto. Mas autoriza a que tenhamos à nossa volta coisas que sirvam de auxílio visual à nossa lembrança. Assim já tinha sido com os filactérios nas roupas (Números 15.39), e assim também é com as pedras que representantes das tribos tiraram do meio do Jordão (Josué 4.2-5). Elas seriam empilhadas, e a pilha de pedras ficaria ali. Quando as gerações futuras perguntassem o que elas significam (v.6), se contaria que elas querem lembrar os grandes feitos de Deus pelo Seu povo (v.20-24).
É claro que sempre haveria o risco de que as pessoas passassem a reverenciar a pilha de pedras como se ela fosse, por si só, lugar de manifestação de Deus. Os ídolos são isso: meios, veículos da manifestação divina que foram tornados fins em si. As coisas que viram ídolos já não estão aí para lembrar do cuidado amoroso do Deus que não quer ser visto, mas tomaram o Seu lugar. Sabedoria é aprender o valor dos símbolos e sinais concretos de Deus, sem divinizá-los.
Dia 188 – Ano 1