Levítico  25

Levítico  25

Os israelitas estão aprendendo a configurar seus espaços de um jeito que respeite os espaços dos outros. Problemas sempre haverá. É a capacidade de lidar com eles, que é o decisivo. Levítico 25 mostra que a organização dos espaços tem que observar também a passagem do tempo. Pequenos problemas, com o passar do tempo, podem vir a se tornar um impedimento para a vida de pessoas.

Um dos principais problemas, na vida de um povo, é a ganância. Latente no coração de cada pessoa, quando ganha livre curso ela acaba fazendo com que uns acumulem mais e outros tenham menos que o necessário. Por outro lado, a energia que pode alimentar a ganância é a mesma que leva as pessoas a trabalhar e buscar uma vida melhor. Como incentivar uma, sem ao mesmo tempo dar rédeas soltas à outra? Esta é uma das questões mais fundamentais no debate sobre capitalismo e socialismo, por exemplo.

O texto bíblico prevê uma configuração interessante. Ela não elimina as transferências de bens e propriedades, mas ao mesmo tempo coloca limites a elas. O princípio básico é que certas coisas não podem virar objetos de compra e venda, mercadorias. Aqui vemos duas delas: a terra (25.8-34) e a vida das pessoas (25.35-55).

A terra pertence a Deus, que a dá ao povo, dividindo-a de forma justa. Quando ela é colocada à venda, não é sua propriedade que é vendida, mas as colheitas que ela ainda pode dar. De 50 em 50 anos, haveria um ano nacional de “jubileu”, onde a terra voltaria à posse de seus donos, que por alguma razão tinham sido forçados a vendê-la. O mesmo aconteceria com pessoas que, por alguma razão, tinham sido forçadas a abrir mão da liberdade e se tornar escravas de outras. 

O princípio maior, que rege todas as cláusulas, está em Levítico 25.36: “terás temor de Deus, e teu irmão viverá contigo”. A estreita relação destas duas frases quer assegurar uma ordem social animada por justiça e fraternidade.

Dia 113 – Ano 1