Levítico 9

Levítico 9

Levítico 8 contém uma importante advertência, que acompanhará permanentemente o exercício do sacerdócio. Ela aponta para o centro de todos esses rituais. Os sacerdotes devem observar sempre as prescrições divinas, “para que não morram” (Levítico 8.35). Podemos ver isso como ameaça de um Deus ranzinza, ou como o centro oculto e amoroso de todos esses ritos. 

O pecado (os fossos que nós continuamente vamos cavando ao nosso redor, separando-nos de tudo e de todos e introduzindo antagonismos e conflitos de todo tipo) semeia morte. Só uma nova relação com o amor divino pode romper esse círculo vicioso. E é essa nova relação que é o foco de todo o sistema ritual da Bíblia.

O nosso grande problema é que, desde que começamos a “ter medo de Deus” (como Adão em Gênesis 3.10) preferimos evitá-Lo e fazer as coisas do nosso jeito. Sem perceber que, com isso, espalhamos sempre mais morte. Respeitar a divindade de Deus e a nossa humanidade é a condição de podermos sentar na roda com Deus, como grande família. Agora, temos como que um trauma em relação a isso, que leva a ver os outros como querendo nos desmascarar e eliminar, e assim leva a tentar se preservar disso de qualquer jeito. E um dos jeitos é sempre querendo que tudo seja feito do nosso jeito. Se tentarmos fazer a relação com Deus do nosso jeito, traremos morte para dentro do único lugar de onde pode vir a vida que acaba com essa morte. Isso é o que quer dizer o “para que não morram” aqui em Levítico 8.35. É só fazendo do jeito de Deus que a vida poderá vencer a morte. E é da vida de toda a criação que aqui estamos falando.

Levítico 9 tem o foco em Arão, o sumo-sacerdote. Depois de Moisés, em nome de Deus, consagrá-lo para o serviço, agora Arão preside seu primeiro ritual. É um momento importante, pois representa o início de uma nova etapa nas relações de Deus com Seu povo. Não é ainda onde Deus quer chegar, mas estamos a caminho!

Dia 98 – Ano 1