Números 1

Números 1

Terminadas as instruções gerais dadas no Sinai, começam os preparativos para a caminhada pelo deserto, rumo à terra prometida. O Livro de Números é assim chamado por causa de dois grandes recenseamentos nele relatados. O primeiro vem logo no início, ainda no deserto do Sinai (Números 1.2,19). Esse censo visava fazer a contagem dos homens com mais de 20 anos para a organização das tarefas requeridas nos acampamentos. O termo tsavá muitas vezes é traduzido por “guerra”, e o plural tsevaôt por “exércitos”. O sentido básico junta duas noções: agrupamento e tarefa. A conotação militar é uma entre outras. No contexto de Números, o que vemos é uma organização do posicionamento das tribos em função da segurança nas jornadas. 

O v.18 resume o procedimento. Os indivíduos são contados “pelo nome” (v.18). No povo de Deus as pessoas não são meros números. Elas têm nome, e é pelo nome que são chamadas. Sempre que lemos estas listas  na Bíblia, deveríamos nos lembrar disso. Os números que aparecem não devem esconder esse fato.

Os resultados do censo são registrados do v.20 ao v.46. Cada pessoa era reconhecida pela seguinte linha genealógica: o pai, a família (que eles chamavam de “a casa dos pais”), o clã (aqui chamado de “família”, ou grupo familiar maior) e a tribo. Havia doze tribos, e é por elas que a contagem se orienta. Só os levitas não são incluídos. Eles são os responsáveis pela Tenda da Presença (v.47-54).

A imagem do povo de Deus que temos aqui transmite uma impressão de ordem e simetria, de “tudo no lugar”. Mais adiante, veremos que nem sempre esse é o caso. Mas essa é a mensagem. O que vemos, quando vemos o povo de Deus reunido? O texto nos convida a um olhar que não vê “só o que vê”, mas “o que vê à luz da esperança”. Este olhar da esperança dá força e paciência para ver melhor a realidade, também a realidade do povo de Deus, e suportá-la com mais amor. E ao fazer isso já é ele próprio uma força de transformação.

Dia 116 – Ano 1