Êxodo 26

Êxodo 26

A primeira instrução da Torá, que começa em Êxodo 25, é um plano detalhado para construir uma tenda. Não uma tenda qualquer. É a tenda de Deus, o “tabernáculo”. A Tenda na qual Ele vai morar com Seu povo e acompanhá-lo na peregrinação à terra prometida. 

A chave para a leitura destes capítulos está em Êxodo 25.40. No monte, Moisés não só recebeu instruções detalhadas. Ele viu o modelo da Tenda. Não uma maquete, mas o próprio original que a construção aqui na terra devia seguir. A mensagem é que agora se começa a construir, na terra, uma espécie de réplica do paraíso, do paraíso perdido. A Tenda onde Deus irá morar com Seu povo significa um lugar permanente de presença de Deus. Significa que a partir de agora, em um lugar neste mundo (na Tenda de Deus) se encontra “o portal do céu”.

O grande cuidado com que as instruções são dadas é por causa disso. O que está acontecendo aí tem a ver com a reconciliação do mundo. E como Deus quer realizá-la junto conosco, todo cuidado é pouco. Afinal, somos especialistas em não escutar o que Deus diz, ou em querer escutar do nosso jeito.

Êxodo 26 continua a descrição dos detalhes da construção da Tenda. Fala das “cortinas” de pano com que será feita a parte interior dela (26.1-6). Fala da cobertura da Tenda, feita de peles (v.7-13). Fala da “lona” dupla de peles que ia por cima dela (v.14). Fala da “cerca” de tábuas que rodeava a tenda (v.15-29). De vez em quando a descrição é interrompida para insistir em que tudo devia ser feito exatamente conforme tinha sido mostrado (v.30). Na parte de dentro, a Tenda era dividida por um véu sustentado por colunas de madeira (v.31-32). O véu fazia a divisória entre o Lugar Santo e o Santíssimo (v.33). No Lugar Santo, os sacerdotes podiam entrar. O Santíssimo era reservado para a arca e o propiciatório (v.34), o lugar da presença de Deus.

Dia 79 – Ano 1

Gênesis 1.1-3

Gênesis 1.1-3

O mundo como o vemos hoje, o mundo no qual vivemos, segundo a Bíblia não preserva sua condição original. É como se toda uma dimensão tivesse sido perdida. Na Bíblia, a história desse “nosso” mundo começa no capítulo 4 de Gênesis: o casal humano, expulso do paraíso, passa a viver “ao leste do Éden”. Criam filhos, trabalham a terra. Os filhos vão fazendo suas próprias histórias. E Deus faz história com eles.

Os primeiros capítulos da Bíblia nos levam “aos bastidores” desse mundo, contando a história de como Deus criou o universo e a humanidade, e de como a humanidade começou a traçar seus caminhos dentro dos caminhos de Deus.

Os primeiros versículos da Bíblia nos mostram como tudo começou. Como foi criada a vida no universo e em nosso mundo. Não é um tratado científico. É um tipo de ciência poética, que celebra neste mundo o amor e o cuidado de Deus por Suas criaturas.

É importante observar bem o movimento destes três primeiros versículos de Gênesis. O v.1 declara: Deus criou tudo que existe. O v.2 começa descrevendo a condição inicial, falando do que “não é” como cenário para falar do que virá a ser. E termina com o começo da criação propriamente dita, quando começa o movimento: o Espírito de Deus sopra sobre o abismo úmido e escuro.

A conexão entre os v.2 e 3 é muito importante. O sopro-espírito de Deus se transforma em palavra. É como quando, no inverno, dá para ver um sopro que sai da boca quando alguém fala. É um movimento só. O espírito é energia criadora, forte, dinâmica. A palavra é racional, coerente, organizadora. Juntos dão origem à criação. E juntos a sustentam constantemente. 

Vale já aqui a advertência de Jesus: não separar o que em Deus é unido (Marcos 10.9). Começando assim a leitura da Bíblia, nos colocamos em boa perspectiva. Que Deus nos conceda o poder do Espírito e a sabedoria da Palavra, e a capacidade de mantê-los sempre juntos.

Dia 1 – Ano 1