Êxodo 2

Êxodo 2

A situação dos israelitas era difícil. Uma notícia que, em outro contexto, seria auspiciosa, aqui levanta um suspense temeroso: dois jovens israelitas se casam e têm um filho homem (Êxodo 2.1-2). A mãe consegue escondê-lo por um tempo, e quando não dá mais, arrisca: coloca-o num cesto boiando no rio. Por acaso (!) a filha do faraó tinha descido ao rio para se banhar. Vendo o menino em prantos, teve compaixão dele, mesmo sabendo que era um hebreu (2.6). Decidida, ela faz os arranjos necessários para que o menino fosse criado, e mais tarde adotado por ela; e lhe dá o nome de Moisés (2.10).

A narrativa vai passar rápido pelo tempo, como que querendo chegar logo à extraordinária história que tem para contar. No v.9, Moisés é um nenê. No v.10, um menino “já grande”. No v.11, homem feito. Moisés não havia esquecido as suas origens. Se envolve numa briga para ajudar um israelita, e acaba matando um egípcio. O caso vem a público, e o faraó o sentencia. Moisés foge e se vai para a terra de Midiã (v.15). Ali ele constitui família e a vida volta à normalidade. Quer dizer, mais ou menos. O nome do filho de Moisés revela que ele se sentia no exílio, um “peregrino em terra estranha” (v.22).

No final do capítulo, a notícia da morte do faraó (v.23) acende expectativas. Ela é acompanhada por uma breve descrição da situação dos israelitas no Egito. A escravidão os fazia gemer e clamar. O texto não diz que eles clamaram a Deus.  Deus é que se comove com a dor e o gemido de Suas criaturas, que se indigna com a corrupção e a injustica no mundo (cf. Gênesis 18.20-21). Quatro verbos descrevem o que se passa no coração de Deus (Êxodo 2.24-25): ouviu (o clamor), lembrou-se (do pacto), olhou (para os israelitas), tomou conhecimento (da situação, para agir em relação a ela).

Dia 57 – Ano 1