1 Reis 16.8-34

1 Reis 16.8-34

Durante o longo reinado de Asa, rei de Judá (41 anos; 1 Reis 15.10), a situação política no reino de Israel estava bastante tensa. Baasa, levado ao poder por um golpe de estado, havia reinado por 24 anos (15.33). 1 Reis 16.8-14 conta a história do curto reinado (2 anos) do filho de Baasa, Elá, por sua vez destituído por um novo golpe perpetrado por Zinri, um comandante militar (16.9-10), que mata Elá. Como era costume entre os povos da região na época, e vai virando costume também no povo de Deus, seu primeiro ato foi eliminar todos os descendentes, parentes e aliados da família de Baasa (16.11-12). O texto explica que isso se deu “por todos os pecados de Baasa e os pecados de seu filho Elá; os que eles cometeram e os que levaram Israel a cometer” (16.13).

Na sequência, temos o relato do reinado de Zinri (1 Reis 16.15-20). Mais curto ainda (7 dias; 16.15). Outro comandante militar, Onri, é levado ao poder e Zinri morre, “por causa dos pecados que cometeu, fazendo o que era mau diante dos olhos do Senhor, e enveredando pelo caminho de Jeroboão e dos pecados que este cometera, levando Israel a pecar” (16.20).

A ascenção de Onri ao poder não ficou sem questionamento. “E o povo de Israel foi dividido ao meio” (1 Reis 16.21). Os adeptos de Onri foram combatidos pelos adeptos de Tibni. A balança se inclinou em favor de Onri, que elimina Tibni e passa a reinar. Onri reinou 12 anos em Israel (16.23). Durante o seu governo, construiu a cidade de Samaria, que passou a ser a capital do reino de Israel (16.24). Onri “fez o que era mau diante dos olhos do Senhor”; “andou em todos os caminhos de Jeroboão” (16.25-26).

O último rei de Israel mencionado nessa sequência é Acabe, filho de Onri, cuja história começa a ser contada em 1 Reis 16.29-34. Acabe reinou por 22 anos, e “fez o que era mau diante dos olhos do Senhor” (16.30). A história do reinado de Acabe será contada nos próximos capítulos.

Nesse contexto, duas coisas chamam a atenção. Primeiro, um governante é julgado pelos seus pecados, como todo mundo. Mas há um agravante. O governante é julgado também pelos pecados que leva seu povo a cometer. Devido ao poder e à influência que lhe são concedidos, a responsabilidade do governante é maior. Induzir Israel, induzir o povo de Deus ao pecado, é crime hediondo, o que sempre de novo é repetido nesses textos. 

Segundo, uma pequena expressão usada constantemente nesses textos deveria ser traduzida ao pé da letra e meditada. Tudo que acontece nesse mundo acontece “diante dos olhos do Senhor”. Se levássemos isso a sério, talvez grande parte da história saísse diferente. Os perversos, diz um salmista, “proferem impiedades, falam coisas duras e ainda se vangloriam … Esmagam o Teu povo, Senhor, oprimem a Tua herança. Matam a viúva e o estrangeiro, assassinam os órfãos. E dizem: “O Senhor não está vendo” (Salmos 94.4-7). Por isso os textos bíblicos não se cansam de dizer que Deus está vendo, que tudo se passa diante dos Seus olhos.

Nos próximos três dias, retomaremos dois versículos do capítulo 15
para refletir sobre os critérios de avaliação dos reis em Israel e Judá.

Dia 312 – Ano 1