1 Samuel 13

1 Samuel 13

Depois da transição sobre a qual lemos no capítulo anterior, começa agora efetivamente o reinado de Saul. Os v.1-7 desenham um cenário de medo e apreensão por todo Israel, por conta de um ataque dos filisteus. Mas o mais importante em vista é descrito nos v.7-8. Todo mundo em movimento, a maioria fugindo como pode, e Saul “ainda está em Gilgal” (v.7). Sentindo a pressão, mas firme no seu intento de seguir as instruções que Samuel havia dado (cf. 1 Samuel 10.8), de esperar por ele uma semana. O fim do v.8 mostra a situação chegando ao limite do tolerável: “mas Samuel não veio a Gilgal, e o povo começou a ir embora e se espalhar”.

Saul era o rei, e é o rei que numa hora dessas tem que tomar uma decisão. Mas aqui não estamos falando de um rei como o dos outros povos. O rei de Israel tem que, em primeiro lugar, aprender a obedecer a Deus, obedecendo à Sua palavra dada através do profeta. Samuel havia deixado claro: “espere sete dias, até que eu venha a ti e te diga o que deves fazer” (10.8). A narrativa nos leva, conscientemente, a esse ponto decisivo. Agora veremos se toda a discussão sobre ter rei ou não, e tanta advertência, tinha fundamento.

Saul decide: “tragam-me os [elementos para os] holocaustos e as oferendas” (1 Samuel 13.9). Isso não era atribuição do rei, isso ele não podia fazer. Mas Saul decidiu. Não esperou Samuel chegar, fazer os sacrifícios e lhe dizer o que ele, Saul, devia fazer. Saul tomou uma decisão de rei, de um rei como os outros: o rei manda, o rei é a instância suprema.

Há quase que uma ironia no texto. A sequência agora se torna rápida. “Assim que Saul terminou de fazer os sacrifícios, eis que chega Samuel” (v.10). Saul se apressa a ir ao seu encontro. A primeira palavra de Samuel é: “Que fizeste?” (v.11). E Saul começa uma longa explicação auto-justificativa (v.11-12). A resposta de Samuel, mais dura não podia ser. Mas também não podia ser mais clara: “Fizeste besteira!” (v.13). Tivesses obedecido, Deus confirmaria o teu reinado. Agora, ele procurará outro rei, que o obedeça!

Dia 243 – Ano 1