1 Samuel 2

1 Samuel 2

O capítulo anterior terminou do jeito que começou, com Ana e seu marido no santuário. Só que, em vez da oração silenciosa e amargurada (1 Samuel 1.13), Ana agora louva o Senhor pela bênção concedida. Sua oração é o tema da primeira parte do presente capítulo (2.1-10). Um belo canto de louvor, que depois vai servir de inspiração a outros (cf. o cântico de Maria, em Lucas 1.46-55).

O cântico de Ana celebra o Deus que se sensibiliza com os pobres e os aflitos (1 Samuel 2.4,5,8) e lhes dá força para enfrentar os que, com sua força, os oprimem (v.4). É o Deus santo e estável (v.2) no qual os “seus santos” (v.9) podem depositar sua confiança.

O coração deste cântico está em 2.6-7. Ali o agir de Deus é descrito em quatro movimentos paralelos. Cada um deles junta em si dois momentos antitéticos, opostos.

o Senhor mata e faz viver,

faz descer ao mundo dos mortos, e faz subir,

o Senhor torna pobre e torna rico,

derruba, mas os levantará”.

É importante que percebamos que os dois momentos são atribuídos ao mesmo Deus. Aflição e morte não lhe são estranhos. Não é preciso atribuir o momento “negativo” a algum outro poder contrário a Deus, reservando a Deus somente o momento “positivo”. Deus leva o negativo a sério, tão a sério que o assumiu em Sua própria carne. Em Jesus, conheceu Ele próprio a morte, desceu Ele próprio ao mundo dos mortos. E de lá subiu, com a vida sobre a qual a morte não tem mais poder.

Se observamos o movimento do texto, primeiro sempre vem o negativo, depois vem o positivo. Como que querendo dizer, o objetivo último é fazer viver! Isso está explícito na quarta e última linha: “mas os levantará”. Juízo e graça estão na mão de Deus. Mas em Deus, o juízo já é a primeira expressão concreta da graça.

Dia 233 – Ano 1