2 Reis 14.7-29

2 Reis 14.7-29

Amazias, rei de Judá, alcança uma expressiva vitória militar sobre os edomitas (2 Reis 14.7) e se sente forte o suficiente para provocar os israelitas (14.8). Jeoás, o rei de Israel, revida com sarcasmo e manda ele “se enxergar” e ficar quietinho em casa. O rei de Judá insiste, e o resultado é uma derrota acachapante. Amazias é preso, parte do muro de Jerusalém é derrubada, o tesouro é saqueado e Jeoás ainda leva embora reféns (14.9-14). Amazias ainda vive alguns anos, mas seu reinado termina tragicamente. Uma conspiração dentro do próprio palácio lhe tira a vida. O povo consegue colocar no trono seu filho Uzias, também chamado de Azarias (14.17-22). Jeoás, o rei de Israel (cuja morte é noticiada em 14.15-16) é sucedido por seu filho Jeroboão, que se convencionou chamar de Jeroboão II, e que terá um reinado de 41 anos (14.23-29).

Jeroboão II “fez o que era mau diante dos olhos do Senhor” (14.24). Mas o texto reconhece, elogiosamente, que ele conseguiu restabelecer as fronteiras originais do reino de Israel, cumprindo uma palavra dada por Deus ao profeta Jonas filho de Amitai (14.25). Naquele tempo os israelitas passaram por um período de grande aflição, e foram salvos pelas mãos de Jeroboão, diz o texto (14.26-27). E acrescenta uma notinha preocupante: que naquele tempo “o Senhor ainda não falava em apagar o nome de Israel de debaixo dos céus” (14.27). O que sugere que mais adiante o faria.

A referência ao profeta Jonas inaugura uma nova fase na narrativa bíblica. Quando o rei Jeoás vai visitar o profeta Eliseu em seu leito de morte, ele clama: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!” (2 Reis 13.14). Mais que só pela morte de Eliseu, o “pai” de Israel, o lamento pode estar incluindo a perspectiva do fim do espírito profético, como Elias e Eliseu o encarnaram. Mas o Pai de Israel não retira de cena Seus carros e cavaleiros. Naquele momento começa a entrar em cena um novo grupo de profetas, com a missão de alertar o povo de que a paciência divina poderia estar se esgotando. Entre eles estão os chamados “profetas literários”, cujas mensagens foram escritas e atualizadas ao longo dos séculos. Na Bíblia judaica, estes são os “Profetas Posteriores”, cujos livros seguem os dos “Profetas Anteriores” (Josué, Juízes, Samuel e Reis).

Nos livros dos Reis, Jonas filho de Amitai representa o primeiro desses profetas a ser mencionado (2 Reis 14.25). A ele se atribui uma profecia referente à restauração das fronteiras de Israel durante o reinado de Jeroboão II. O Livro de Jonas, que faz parte dos Doze “profetas menores”, situa este profeta no tempo do império assírio, e sua capital Nínive. Por essa mesma época, outros profetas também já estavam atuando em vários pontos dos reinos desunidos de Israel. As profecias de Amós, por exemplo, são situadas “nos dias de Uzias, rei de Judá, e nos dias de Jeroboão filho de Joás, rei de Israel” (Amós 1.1). Nesse mesmo tempo atuam também os profetas Oséias (Oséias 1.1), Miquéias (Miquéias 1.1) e Isaías (Isaías 1.1).

Dia 358 – Ano 1