Deuteronômio 10

Deuteronômio 10

Moisés está rememorando, diante do povo, momentos importantes da história do povo de Deus. Essas rememorações são parte importante da estratégia bíblica de aprendizado. Um desses momentos foi o das duas tábuas de pedra que Deus deu a Moisés no Monte Sinai (Horebe), nas quais estavam escritas as palavras que Deus falara ao povo (Deuteronômio 9.10). Moisés as tinha quebrado, ao ver como o povo havia quebrado a aliança com Deus ao fazer e adorar o bezerro de ouro (9.16-17).

Em Deuteronômio 10 lemos sobre Deus convidando Moisés a fazer duas novas tábuas, para que Ele escreva nelas de novo os seus mandamentos, as Dez Palavras (10.4). Nelas Deus sintetiza a Instrução que se encontra nos cinco primeiros livros da Bíblia. Essa paciência de Deus, com a disposição a sempre novos começos, é uma das coisas importantes que a rememoração dessas histórias quer nos ajudar a perceber.

Rememorar quem somos, de onde viemos, para onde vamos. O lugar onde olhar para saber isso é o coração de Deus. Ele, “o Deus dos deuses, o Senhor dos senhores” (v.17), a Quem pertencem o céu, os céus do céu, a terra e tudo que há sobre ela (v.14), amou os antepassados da espécie humana (v.15). Este é o grande segredo de cada ser humano! Dentre os povos que deles se originaram, Deus escolheu os israelitas (v.15), para com eles e através deles tornar possível um novo mundo, onde Deus seja Deus (v.20-21) e o ser humano, justo e amoroso (v.18-19). 

Para isso é que foi dada a Instrução, sintetizada nos Dez Mandamentos. Ela não é um fim em si mesmo. Um fim para o qual até o ser humano se tornasse um meio. Não, ela é um meio pelo qual o ser humano se torna humano. Ela foi dada “para o teu bem” (v.13). Ela quer ensinar cada pessoa a se colocar na perspectiva certa, de onde fique claro quem somos, de onde viemos e para onde vamos, as grandes questões filosóficas da humanidade. Temer a Deus, trilhar Seus caminhos, amá-Lo e servi-Lo (v.12) não nos afasta delas, mas justamente nos leva até ali, ali onde Deus se torna “o nosso louvor” (v.21), e o próximo, objeto do nosso cuidado amoroso (v.18-19).

Dia 161 – Ano 1