Deuteronômio 5

Deuteronômio 5

Os israelitas foram escolhidos por Deus dentre os povos, para fazerem a experiência de uma vida reconciliada. Para isso Deus separou para eles uma terra, para que nela aprendessem a vivenciar a justiça e a verdade em todos os âmbitos de relações. Ensinar-lhes isso, é o propósito da Torá, da Instrução que Moisés agora está repetindo e explicando. E não se trata só de um projeto coletivo: cada pessoa devia aprender a “guardar a si mesma” (Deuteronômio 4.9). Deus mesmo sabe que isso não será aprendido de uma hora para outra e nem de uma vez, e que haverá recaídas e retrocessos (4.25). Mas Ele é não abandona Seus filhos (4.31).

O objetivo dessa Instrução, portanto, não é fazer das pessoas escravas dela. Escravas elas eram no Egito (Deuteronômio 5.6). O objetivo é aprofundar o processo de libertação que lá começou. Isso é o que o Deuteronômio quer dizer, quando começa esta atualização da Instrução pelos Dez Mandamentos (5.6-21), as Palavras que o próprio Deus falou ao povo, “cara a cara” (v.4), no monte Sinai (v.22). E a elas “nada acrescentou” (v.22). De certo modo, todo o restante da Instrução é só um aprofundamento, para todos os lados, do que está nesses Dez Mandamentos. Por isso é que eles sempre foram tão importantes, tanto para os judeus como para os cristãos.

A Instrução não é só para ser aprendida com a cabeça. É para ser vivida, com todo o nosso ser, no caminho (5.33). No caminho que é a vida, é que a verdade se realiza. É nele que precisamos aprender a andar, sem “se desviar à direita ou à esquerda” (5.32). E essa Instrução não é só para os israelitas daquele tempo, nem só para os israelitas de hoje. É também para todos nós hoje. 

A geração de Deuteronômio não é mais a mesma do Sinai. Como disse Moisés, a aliança feita com “nossos pais” (no Horebe, o Sinai) vale “para nós hoje, todos que aqui estamos” (Deuteronômio 5.2-3), quarenta anos depois. A aliança lá do Sinai (Êxodo 19.5-6) atualizava para a “casa de Jacó” ali reunida a aliança de Deus com Abraão (Gênesis 17.4), que previa que nele “seriam benditas todas as famílias da terra” (Gênesis 12.3). Essa aliança seria mediadora da anterior aliança de Deus com Noé, “aliança que faço entre mim e vocês e com todos os seres vivos, para todo o sempre” (Gênesis 9.12).

Dia 156 – Ano 1