Êxodo 18

Êxodo 18

Este trecho nos dá uma lição de administração e planejamento, dentro de uma história de família. O sogro de Moisés vai ao seu encontro no deserto, levando-lhe sua família, que a certa altura tinha voltado à sua terra natal (Êxodo 18.1-5). A relação entre sogro e genro (v.6-12) é um belo exemplo de boas relações familiares, com simpatia, consideração e respeito mútuos.

Observando como Moisés conduzia as questões do povo, o sogro teve a liberdade de fazer alguns comentários e dar algumas sugestões (v.13-26). Moisés trabalhava de sol a sol, julgando as causas e disputas que o povo lhe trazia. Estava estressado (v.18). E o povo também. Um retrato fiel de muitas igrejas! Pastores e pastoras fazendo todo o trabalho, o povo insatisfeito e reclamando. Uns por trabalharem demais, outros por trabalharem de menos. A estratégia sugerida é relativamente simples. 

Primeiro, Moisés tem que definir melhor a sua função. Ele poderia se concentrar naquilo que o povo mais precisa em um líder: que o represente diante de Deus (v.19) e que lhe ensine “o caminho em que devem andar e a obra que devem fazer” (v.20). Tempos depois, os apóstolos do Novo Testamento mostram que aprenderam a lição (Atos 6.1-4). O trabalho seria dividido, e os apóstolos fariam a função que aqui é de Moisés: se consagrariam à oração e ao ministério da Palavra.

Segundo, Moisés procuraria entre o povo pessoas com capacidade, tementes a Deus, verdadeiras e generosas (v.21), e as colocaria como líderes de grupos, sub-grupos, sub-sub-grupos e assim por diante, para que todos pudessem fazer sua parte e que todos pudessem ser tratados personalizadamente. As causas mais difíceis seriam levadas a Moisés (o que implicaria alguma discussão e avaliação conjunta). Com isso todo o povo poderia fazer cada um o seu trabalho (v.20; no povo de Deus, todo mundo tem sua parte). E todos experimentariam o shalom divino (v.23), que é aquela integralidade da qual emana paz profunda.

Dia 71 – Ano 1