Êxodo 30

Êxodo 30

Continuam as instruções para o exercício do sacerdócio. Primeiro se fala do altar para o incenso (Êxodo 30.1-10). Cada rito será acompanhado por queima de incenso, tanto os do amanhecer como os do entardecer (v.7-8). Aqui de novo, não se trata de uma formalidade. Trata-se de orar pelo povo, de interceder pelas pessoas às quais as oferendas e os sacrifícios se referem. 

O incenso chegando ao nariz de Deus (!) é a intercessão amorosa que chega ao Seu ouvido e ao Seu coração. O incenso chegando ao nosso nariz, quer nos lembrar que também nós estamos sendo libertados por Deus, para nos colocar a serviço do nosso próximo.

Os v.11-16 tratam de um assunto mais “profano”, mas sem o qual o sacerdócio não se viabilizará neste mundo em que vivemos. O povo é chamado a sustentar financeiramente o sacerdócio. Os v.17-21 mostram que os sacerdotes não podem se aproximar de Deus sem se lavar. O salmo 51 devia estar no coração de um sacerdote sempre que se aproximasse de Deus. Nos seus lábios, a súplica: “lava-me da minha iniquidade” (Salmos 51.2). E mãos limpas (Salmos 24.4) significam mãos que aprenderam a lavar as feridas do povo, e não estão elas próprias sujas do sangue do próximo (cf. Isaías 1.6,15).

As últimas disposições deste capítulo dizem respeito à manipulação do óleo com que os sacerdotes seriam ungidos (Êxodo 30.22-33) e do incenso que seria queimado (30.34-38). Tanto um como outro deveriam ser especiais, nunca usados no dia a dia. Pois isso é uma das coisas que o povo precisa aprender: saber do seu espaço e, assim, respeitar o espaço de Deus. E assim Deus virá e acampará no meio do povo, como diz o fim do capítulo anterior (29.43-46). “E habitarei no meio dos filhos de Israel, e serei o seu Deus” (Êxodo 29.45). O Deus que os tirou do Egito para morar com eles, e a partir deles voltar um dia a morar com a humanidade toda.

Dia 83 – Ano 1