Isaías 25.1-6

Isaías 25.1-6

A visão do trono de Deus por sobre o Sião (Isaías 24.23) entusiasma o profeta. “Senhor, Tu és o meu Deus!” (Isaías 25.1). “Te exalto, louvo o Teu nome. Fizeste maravilhas! Verdade e fidelidade, Teus projetos antigos!”. Uma olhada do alto revela o que de dentro dos acontecimentos não é tão fácil ver. Tudo que foi relatado até aqui tem por trás o agir de Deus, que faz “maravilhas” (acontecimentos revestidos da aura do sublime). É Deus realizando Seus “projetos antigos”, os propósitos da Sua criação. De fazer com que a verdade e a fidelidade, que marcam o Seu trono eterno, se tornem realidades em meio às realidades nossas de cada dia.

Isaías 25.2-5 passa em revista esses acontecimentos, em perspectiva profética, ou seja, como vistos à luz do projeto de Deus, de trazer verdade e fidelidade à Sua criação. A “cidade forte” foi reduzida a ruínas, e não será reconstruída (25.2). Isso causará um temor reverente nos próprios opressores (25.3). “Tens sido a fortaleza dos pobres”, “refúgio na tempestade, sombra no sol quente” (25.4). “Cessaram as canções dos tiranos” (25.5). Antes já havia sido dito que seres celestes e reis da terra seriam aprisionados e punidos (24.23).

Hostes celestes e reis da terra em seus lugares, opressores e tiranos em seus lugares, cidade forte em seu lugar, pobres e humildes em seus lugares, a festa pode começar. Em Êxodo 24.9-11, os anciãos de Israel foram recebidos no Sinai pelo próprio Deus e com Ele comeram e beberam. Aqui, ouvimos que o Senhor reina no Sião e que “os Seus anciãos são rodeados de glória” (Isaías 24.23). Agora, não só os anciãos de Israel comem e bebem rodeados da glória divina. “O Senhor de todos os seres fará para todos os povos, no monte Sião, um banquete. Carnes suculentas, vinhos de reserva…” (25.6). Uma grande festa.

Podemos ver aqui três círculos concêntricos. No centro, o monte Sião, cuja “filha” (Jerusalém) os próprios moradores haviam prostituído (Isaías 1.21) mas que, redimida, é de novo a Cidade da Justiça (1.26). Para o Sião afluem agora todos os povos, em busca da Instrução e da Palavra do Senhor (2.3). O segundo círculo, então, ao redor do primeiro, é constituído por “todos os povos”. O terceiro círculo, o mais amplo, que rodeia os outros dois, é formado por todos os seres do universo. São as hostes dos seres que rodeiam o Senhor de todos os seres.

O louvor vindo “do mar” (Isaías 24.14), que o profeta tinha escutado em meio às visões de julgamento e destruição, havia levado à convocação do oriente e do ocidente para glorificarem o Senhor (24.15). E assim “dos confins da terra se ouve cantar: ‘Glória ao Justo!’” (24.16). E a profecia se realiza: “muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa no reino de Deus” (Lucas 13.29).

Dia 46 – Ano 2