Juízes 11 — 12

Juízes 11 — 12

Esse trecho fala de um personagem enigmático: Jefté, o filho de uma prostituta que acabou se tornando juiz em Israel. Os amonitas tinham subjugado os israelitas e os oprimiam(Juízes 10.7-9). O argumento “jurídico”  dos amonitas era que os israelitas no passado tinham tomado suas terras (Juízes 11.13). Em Juízes 11.15-27 há uma longa fala de Jefté, na qual ele repassa a história dos séculos precedentes. Seu argumento é que não foram os israelitas que tomaram a terra, mas que a atitude dos amonitas no passado não lhes tinha deixado escolha. E termina perguntando por que só agora, trezentos anos depois (11.26), eles vinham com esta reclamação.

Essa discussão continua na Palestina até hoje. Os argumentos para a disputa da região, por judeus e palestinos, não são muito diferentes do que os que aparecem nesse texto. E a solução também, infelizmente. Ninguém cedendo nada, o resultado é a guerra, que nunca é boa para lado nenhum.

Para garantir a proteção divina e ganhar a guerra, Jefté fez um voto que acabou tirando a vida da única pessoa que poderia lhe dar uma posteridade: sua filha (11.29-40). Uma história triste. A gente fica imaginando o que passa pelo coração de Deus, enquanto acompanha tudo isso.

A primeira parte de Juízes 12 conta uma história que acabou se tornando famosa. Os efraimitas reagiram contra Jefté com o argumento de que ele havia ido à guerra sem eles. Parece uma disputa de poder interno. O resultado é guerra entre os próprios israelitas: gileaditas contra efraimitas (12.4). A estratégia dos gileaditas foi de controlar os lugares de passagem do rio Jordão. Quando um efraimita queria atravessar o rio, era interrogado e seu sotaque o denunciava. Os efraimitas não conseguiam dizer Chibolete, sempre saía Sibolete.

O capítulo 12 termina (v.8-14) com um sobrevôo de um período em que atuaram vários juízes. Com isso vai terminando, virtualmente, a história dos juízes de Israel. Só a Sansão, ainda, será atribuído esse título.

Dia 217 – Ano 1