Juízes 7

Juízes 7

Em Juízes 6 lemos sobre como Deus chamou Gideão para libertar Seu povo. Duas vezes Gideão pediu um sinal de Deus, e duas vezes ele recebeu o sinal (6.36-40). Isso animou muita gente do povo de Deus, mais tarde, a também pedir sinais de Deus. O bonito é ver a paciência e a generosidade com que Deus segue amando esse povo que a toda hora fica Lhe pedindo todo tipo de sinal.

Em Juízes 7, é Deus que “pede um sinal” a Gideão. Pergunta se ele está disposto a mandar para casa grande parte do seu exército, confiando em que Deus pode libertar o povo sem eles. Essa história tem sido interpretada de diferentes maneiras. Uma celebra o senso de estratégia de Gideão. Por essa leitura, a seleção dos trezentos guerreiros foi para aumentar a eficácia militar dos israelitas. O resultado comprovaria a eficácia da tática. Nesse caso, a lição que se extrai do texto bíblico é que deveríamos sempre investir em estratégias inteligentes.

A narrativa, no entanto, deixa claro que a iniciativa é de Deus, e que Ele está pedindo de Gideão uma coisa que, no primeiro momento, parece um contrassenso. Gideão não embarca nessa por achar que isso aumentaria seu poderio militar, mas apesar de achar que seu poder ficaria seriamente reduzido.

Confiar em Deus, não “por causa de” alguma prova ou evidência que teríamos tido, de que isso aumentaria o nosso poder. Pelo contrário, confiar em Deus “apesar de” o nosso senso comum nos dizer que isso não faz muito sentido. Essa história é um belo exemplo de que abrir mão dos nossos jeitos, da nossa pretensa sabedoria, em função do jeito e da sabedoria de Deus, pode ser um grande sinal de sabedoria. 

Não é a eficácia das nossas táticas, o tema dessa história. É se estamos dispostos a aceitar as táticas de Deus, apesar de elas nos parecerem um contrassenso. Quando fariseus pediram a Jesus um sinal, ele nega (Marcos 8.11-13). E logo interroga os discípulos sobre se aprenderam com as multiplicações dos pães (Marcos 8.14-21), quando cinco pães alimentaram cinco mil, quando sete pães alimentaram quatro mil, e ainda sobrou.

Dia 213 – Ano 1